Skip to main content



Prof. Thiago Bernardino de Carvalho
 

O mercado de leite no início do ano sinalizava um 2018 de margens apertadas ao produtor, principalmente pelas quedas expressivas no segundo semestre do ano passado, somado a valorização do mercado de grãos. Principalmente também que ao contrário do mercado de carne bovina, a cadeia de leite não possui um mercado externo atrativo para enxugar o excedente que estava se desenhando pelos investimentos realizados e aumento da produtividade no campo.

Isso fez com que os preços na média Brasil registrassem os piores números no primeiro mês do ano. Mas os desdobramentos ao longo do primeiro semestre, principalmente a greve dos caminhoneiros fez com que houvesse expressiva diminuição da oferta para os laticínios o que gerou uma competição entre as indústrias e as cotações se elevaram.

E o que esperar para o segundo semestre de 2018? Alguns fatores importantes nesta análise levam em conta a formação do mercado, que é a oferta e demanda. Pelo lado da oferta a forte estiagem na maior parte do país e nas regiões produtores fazem com que a produtividade cai e com isso a oferta fique restrita, somado a descapitalização dos produtores. A oferta deve-se manter enxuta em algumas regiões para os próximos dois meses. Mas, analisando ainda o lado da oferta, há a safra de inverno no Sul que pode aumentar o volume de leite no mercado.

E quando analisada a demanda, a economia mais fragilizada ao longo de todo ano até o momento pode pressionar maiores altas de preços. Vale lembrar que geralmente o segundo semestre é mais pressionado em termos de cotações é a demanda pode ser um fator importante nesse com texto. A expectativa de um segundo semestre melhor para os números da economia, assim como um valor de dinheiro maior no mercado devido a inflação podem favorecer um consumo maior de leites e derivados até o final do ano.