Skip to main content



Prof Thiago Bernardino de Carvalho
 

O início do ano de 2018 sinalizava um mercado de gado de corte positivo pelo lado da demanda – exportações crescentes e em ritmo forte no primeiro trimestre e mercado interno sinalizando recuperação econômica num ano com eleições e copa do mundo – e mais pressionado pelo lado da oferta, principalmente pela recuperação da produtividade. Por outro lado, os custos de produção, principalmente do milho, sinalizavam um ano de margens menores.

O que se observou ao longo do ano, e que traz impacto para o segundo semestre foram uma retração brusca das exportações, uma recuperação lenta da economia, e consequentemente um consumo andando de lado no pais, somado ao aumento de oferta de gado no primeiro semestre impactaram em cotações pressionadas na arroba do boi neste ano.

Cotações pressionadas e alto custo dos grãos fazem com que muitos pecuaristas não fechem o gado no cocho, ou até mesmo reduza o proteinado a pasto. E esse movimento faz com que as cotações sinalizem alta no final de julho, agosto e setembro, já que o primeiro giro do confinamento em muitas regiões ficou comprometido.

Esse fator remete ao ano passado, quando de forma contrária, o custo de produção estava baixo, mas com preços da arroba derretendo devido a delação, fez com que muitos confinadores não realizassem o primeiro giro, fazendo com que a cotação do boi valirzasse. A semelhança ocorre devido a margem curta do confinamento esse ano, diminuindo os animais confinados, mas que com uma entressafra de muita seca traz a possibilidade de alta da arroba.

Soma-se a esse fato a tendência de melhora nas exportações, com alta nas vendas e reabertura de mercado como a Rússia, e a expectativa de um segundo semestre mais movimento da economia brasileiras, que deve movimentar o consumo interno e ajudar na valorização das cotações.

O mercado de boi para o “resto” de 2018 começa com um cenário de menos animais confinados no primeiro giro, com cotações mais firmes entre agosto e setembro, e uma expectativa cenário mais otimista para o setor de pecuária de corte tanto no mercado interno, como no externo.