
Prof Thiago Bernardino de Carvalho
Muito se discute sobre o a falta de um protagonismo do Brasil no mercado mundial lácteo. Diversas explicações sempre são levantadas, como falta de políticas comerciais para a venda do produto no exterior, um marketing mais agressivo do setor frente a concorrentes, a necessidade de políticas públicas voltadas para o setor, desde extensão rural, até infraestrutura de modo geral, entre outros. Mas um fator que é importante e componente nessa discussão, é a eficiência da produção brasileira, ou seja, a baixa produtividade encontrada dentro da porteira no Brasil, frente aos maiores competidores lácteos.
Quando se analisa a produção de leite no país, há um diagnóstico entre as diferentes bacias leiteiras, com destaques para algumas em detrimento das outras em se tratando do uso de tecnologia, assim como uma produtividade maior. Desse modo, a média de produção nacional acaba ficando entre uma das piores do mundo, devido as grandes diferenças entre as regiões.
Dados do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), mostram que o Brasil está entre os maiores produtores de leite do mundo, 3º lugar, atrás de União Europeia e Restados Unidos, com cerca de 33 milhões de litros produzidos anualmente.
Entretanto, essa alta produção, poderia ser muito maior. A falta de produtividade das vacas brasileiras, freiam uma produção mais elevada. De acordo com o órgão norte-americano, a produção média das fazendas brasileiras é de apenas 96 litros/dia/fazenda, sendo que em média cada fazenda no Brasil possui, 16 vacas, o que gera uma produtividade de apenas 7 litros/vaca/dia.
A melhor produtividade, está nos EUA, 33,4 litros/vaca/dia, enquanto que na União Europeia, esse número é de 23,4, ou seja, respectivamente os norte-americanos produzem por vaca/dia mais de quatro vezes que o Brasil e os europeus, mais de três vezes. Vale destacar que com a elevação de produtividade, o aumento de escala faz com que haja redução de custos fixos da fazenda.
Esses números apesar de mostrarem uma deficiência produtiva do setor lácteo brasileiro, mostram o potencial de produção que o país tem, sendo fundamental montar estratégias para todo o setor, assim como incentivar o uso de tecnologia entre as empresas de insumos e laticínios/cooperativas. O horizonte está cada vez mais interessante para o setor, basta quebrarmos paradigmas.
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