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Prof Thiago Bernardino de Carvalho

 

 

A discussão no mercado em torno do preço futuro do boi gordo e da carne serão sempre pautas de analistas e agentes do setor. Entretanto, num ambiente que cada vez mais necessita de rápidas e certeiras tomadas de decisões, o empresário do mercado da pecuária de corte deve aprender com o passado.

Um exemplo disso é o que vem acontecendo nos primeiros meses do ano de 2019. Nada muito diferente do que ocorreu em anos anteriores, salvo alguma interferência como doenças, delações políticas, mercado externo, greve de setores, que acabam de certa maneira a prolongar tendências e movimentos do mercado, mas mantendo sempre a sazonalidade dos preços.

A sazonalidade preços mostra a tendência pela qual preços se comportam ao longo de determinado período (semanas, meses, anos, etc). Tendo como base a série de preços da carne negociada no mercado atacadista da Grande São Paulo de 2015 a 2019, nota-se que os valores do traseiro registram queda no primeiro semestre, mas se recuperam no segundo. Já no caso do dianteiro, o movimento é o contrário, com alta nos preços na primeira metade do ano e recuos na segunda metade.

Pesquisas do Cepea indicam que esse movimento evidencia que a diferença entre os preços do traseiro e do dianteiro tende a ser ampla entre final e início de cada ano e estreita entre o encerramento do primeiro semestre e começo do segundo. De acordo com dados do centro, a diferença entre os valores do traseiro e do dianteiro, que era de 6,32 Reais/kg no começo de 2019, passou para 3,07 Reais/kg nesta semana.

Nos primeiros dias de janeiro de 2018, a diferença entre o traseiro e o dianteiro era de 6 Reais/kg e, no início do segundo semestre daquele ano, caiu para 2,7 Reais/kg. Nesse mesmo período de comparação, em 2017, a diferença saiu de 5,5 Reais/kg para 2,94 Reais/kg, e, em 2016, de 4,30 Reais/kg para 1,74 Real/kg. Segundo pesquisadores do Cepea, isso significa que, nas próximas semanas, a diferença entre os valores do traseiro e do dianteiro tende a diminuir ainda mais, com desvalorização para o primeiro e valorização para o segundo.

Esses comportamentos dos preços de mercado ao longo do ano devem ajudar a cadeia na melhor tomada de decisão para o seu negócio, seja oferecer produtos que ajudem o pecuarista a fazer um giro mais rápido de seus animais para antever quedas de preços, seja de postergar ou antecipar a venda de animais por parte da fazenda, seja a necessidade da indústria de operar com animais com baixo ou alto acabamento, e do consumidor, sabendo que preços de carne de primeira tendem a preços menores no primeiro semestre.